ainda vou te ver de novo. assim como quem não quer nada, vou cruzar com você na rua e me dar conta de que ainda quero tudo. vou passar horas embaixo do chuveiro reencenando o passado, vencendo discussões, solucionando nossas questões insolúveis, até que naquele dia derradeiro de maio não te restem razões para partir. ainda vou te dizer que sinto muito, mesmo sem sentir; ou vou mentir pra mim que não sinto, só pra não existir nenhum ressentimento quando eu assumir meus erros, certo de que você não contava com esse acerto, crente que posso reescrever a história tomando emprestadas palavras capazes de te convencer que um erro remendado vale mais que qualquer perfeição nunca alcançada. digo isso com tranquilidade, sem pressa nem plano, embora tenha, sim, um plano (e muita, muita pressa). ainda vou te ver de novo depois do fim e, mais importante que isso, ainda vou fazer você se ouvir falar de mim.