blog • eduardo furbino |||

vista desimpedida

ainda vou te ver de novo. assim como quem não quer nada, vou cruzar com você na rua e me dar conta de que ainda quero tudo. vou passar horas embaixo do chuveiro reencenando o passado, vencendo discussões, solucionando nossas questões insolúveis, até que naquele dia derradeiro de maio não te restem razões para partir. ainda vou te dizer que sinto muito, mesmo sem sentir; ou vou mentir pra mim que não sinto, só pra não existir nenhum ressentimento quando eu assumir meus erros, certo de que você não contava com esse acerto, crente que posso reescrever a história tomando emprestadas palavras capazes de te convencer que um erro remendado vale mais que qualquer perfeição nunca alcançada. digo isso com tranquilidade, sem pressa nem plano, embora tenha, sim, um plano (e muita, muita pressa). ainda vou te ver de novo depois do fim e, mais importante que isso, ainda vou fazer você se ouvir falar de mim.

próximos rastro desde sempre soube de três coisas: o céu é longe demais; a terra é excessivamente perto; e do espaço entre eles fazemos um inferno. aos oito anos 2020 estou te escrevendo esta carta porque o futuro reserva para as cartas que você tanto amava o pior dos destinos, a desimportância, mas o peso do
últimos posts o atlântico é mais que um oceano breve relato sobre sair do medo treze formas de matar satã roque santo garimpo fragmento 547 eu não sou esse tipo de cara babilônia abdução 2020 vista desimpedida rastro onésimo odisseia bocas de lobo bingo Turmúlio uma cronologia dos afetos tu sabe, dirce, que teu nome não é dirce? o outro é sempre um eu que se move manchete há uma ausência incômoda de tigres nas ruas bermudas your legs are so long you must remember to be kind what’s going on? this my most fundamental truth the waves of the end the war the void the time of death