blog • eduardo furbino |||

poesia

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your legs are so long poesia & inglês they should come with their own elevator i don’t know from which cave of my brain nick cave took this line from ’cause yeah you must remember to be kind poesia & inglês what kind of guy am i? what’s this smile on my face? i sit on a bench in the closest park i watch the doves fly and I still don’t know what kind of what’s going on? poesia & inglês i wonder what your true name is and why do i call you blank space since we met since we developed this new age thing that is going on between us a this my most fundamental truth poesia & inglês yes i’m gonna say it but are you ready? yes this: i wasn’t sure i was talking but you you surely were listening the waves of the end poesia & inglês had yet to materialize but even then we could feel a slight change in the tide the war poesia & inglês you ask the impossible you’ve grown up believing in angels & gods i can’t keep promises i was designed to fail this is the truth and yet you’d the void poesia & inglês it’s had many names, the void: longing, the abrupt loss of interest, what was never there, what ceased to be. but one thing we never called it, one the time of death poesia & inglês it was the time of death but we we turned back the clock the sixth day poesia & inglês from the rags of my skin comes my story clawing my flesh & muscles crushing my skull and bones while my head burns as wildfire and i stare into the the once and future king poesia & inglês you’re objectified by your feelings a ball changing hands all the time dropping on the floor being kicked by the children you’re the byproduct of the message poesia & inglês this i knew: god was absent and her son had messed up the message when he came unto us he was to have taught that we have the right of coming too the limit poesia & inglês this is not patti smith this is the limit yes there’s a limit this is the edge one step more and you could drop dead this is the abyss a cliff a the leap poesia & inglês find me fuck me once more force me to do things i don’t want (as long as i want to) follow me to the abyss jump and fall fall fall while i stop at the blue room poesia & inglês my father once told me that to die is to live a sequence of a thousand departures to mourn the ones we’ve lost on the way to dig graves for unborn telephone poesia & inglês note that I didn’t call before ’cause everything is a mess these days dialing… do you know how hard it is? phones ringing like sonorous metaphors seeds poesia & inglês she came in the night her shadow all made of light bolts coming out of her eyes she had a hard & thick skin the soil where i chose to plant my rage poesia & inglês i welcome my rage as an old friend we drink coffee together we discuss the many wars the constant hungry what i’ve done with myself we hug each quit poesia & inglês i wrote a message saying i quit more than once but i didn’t send it i didn’t send it because it wasn’t the right time i didn’t send it because it no one sees you poesia & inglês and you start wondering why is that? maybe you’ve become some sort of ghost maybe your skin is now so translucent that people see nebuchadnezzar poesia & inglês we should call this what it is: a warm meal, rags of clothes on a salvation army counter, a tombstone where the offspring of nebuchadnezzar await metaphors poesia & inglês another metaphor yes yes i know once again here we are a screen a paper a black ink pen metaphors for the sake of god thirty-four of them a single magnify poesia & inglês the first time i saw you i knew you would be trouble a rosebud that could have made even kane cry shady woman full of ecstasy contemplating some love poesia & inglês you touch the unspeakable we call it love liquidness poesia & inglês i am told you want to survive all this but there’s a lack of lifeboats and to live is now to eradicate the difference between a wave and a shore to i’d like to fight you until i draw blood poesia & inglês and i’d like to ask after: why is my chest open? why has my heart stopped ignition poesia & inglês i wanna be known by my misdeeds by the sins that will never leave my skin, the mark of cain in my forehead pronouncing a cataclysm, announcing the i wanna see a heretic burn before midnight poesia & inglês i wanna get the torch and light the fire i wanna believe this is nothing but divine justice i wanna be i drew on your back with my fingernails poesia & inglês those red-turned-pink lines you asked me to now whenever i look at you i can’t help to think that i made i bought my feelings for you at a convenience store poesia & inglês where they used to sell all kinds of cheap stuff i just didn’t know that what i had bought years flaming poesia & inglês you say, i say doesn’t matter we know a bit less every day i seek to understand what do i want where should i play i have no clue everything aches eye medicine poesia & inglês i need you to see me as if i were a poster on the wall of an unaffordable eye doctor i need you to read me as well as you can and even if you can’t each word is a god poesia & inglês who demands to be worshiped and it’s funny that it was our words our awe for each other what taught us to use the knees for climax poesia & inglês if this feeling had a name it would borrow all its letters from your name and the sentence in which it was written would be the sentence of your beautiful prison poesia & inglês like the day when the night comes everything has to end even life in the absence of death is prison asleep poesia & inglês i dreamt of your body adrift on a far-flung shore i cut every piece of it with a knife made of thoughts what a waste of time what a senseless as above so below poesia & inglês no power on earth can keep you from dreaming with the sky a spell poesia & inglês i wanna be hold tight i wanna feel i can lose everything and yet all i need will remain with me i wanna spell a word so beautiful it will charm my a midnight cadillac poesia & inglês drives through a party that never ends under a sky where there are more stars than hours in an hourglass (you could have left vidro poesia & português queria quebrar taças servir o vinho nas mãos beber feito criança de cócoras num córrego cair na lama, enlamear os cabelos acordar pleno de um longo rua vazia poesia & português é um convite para o desastre eu cuspia seu nome na calçada a boca de lobo sorrindo pra mim foi onde nos encontramos pela primeira vez seus não sei de nada poesia & português e se eu te contasse que não sei de nada? absolutamente nada que é um milagre ter decorado todas as letras do alfabeto que a tabuada só conheço até o hórus poesia & português toco o tempo: meus braços carregam as horas feito longos ponteiros; as mãos separam os minutos dos seus cabelos e entre um e outro momento meço a hilda poesia & português não sabe brincar pega pela mão pega pela planta do pé suas pernas tão longas entrelaçam virilhas bacias fêmures ombros largos hilda me disse eros poesia & português ainda espero a trégua espero que me ponha para dormir e vá jogar golfe gude gamão ou vá parar em qual seja a puta que o pariu não te suporto êxodos poesia & português sua pele: meus dedos seu queixo: minha língua seus olhos: meu rosto e suas orelhas a me escutarem dizer: sou assim e não sinto muito por estar villalpando poesia & português tenho uma dúvida tenho uma suspeita cristóbal de villalpando foi quem chegou o mais próximo possível de retratar o céu com seu zócalo de méxico vencimento poesia & português muitos dos meus amigos têm vencido sem nunca terem sabido disso muito de mim foi feito às pressas argamassa de afetos mal colados (embora todos tu que se abre pra todos poesia & português de um jeito que me fecha a cara de uma maneira que não consigo e não falo de pernas veja falo da sucursal do inferno que é trincheira poesia & português quem é que somos? máquinas entrincheiradas sal e ferro na ponta da língua e à beira dos cotovelos nos deitamos sobre a lama no barro primitivo em transatlântico poesia & português de bruços e de quatro muita coisa foi feita (partir depois da meia-noite é um parto antinatural quem já ficou até tão tarde não tem razão para ir o tocaia poesia & português tá se assim você se sente melhor a gente diz as coisas diferente do que foram chama arapuca de tocaia de animal as presas de pressa de chegar não terceiro olho poesia & português escuta e repara: há menos sentidos num corpo do que é preciso para viver invento um sexto olho de hórus ajna hindu alma porosa aberta a tudo e ainda taquigrafia poesia & português mais que um nome um homem todo desses de se escalar inteiro repasso seus traços à noite sob céu e breu deitado sobre travesseiros não há sonho que soterrei uma coisa aqui dentro poesia & português um pé de menino uma língua de boi? oxe um chifre um casco um boi inteiro como pode e um pano vermelho a lhe guiar a ira se não escrevo não estou vivo poesia & português um dia hei de ser feliz de novo se não escrevo se não dobro a caneta se o lápis não me é na mão um pedaço prometido poesia & português espero dizer o que penso mas não é fácil é muita coisa nasci assim a cabeça enorme os ombros largos pelo menos prontos para aguentar todo peso prescrição poesia & português uma guerra nunca cobra seu preço é distribuída de graça em esquinas nos mais inesperados dos países a dosagem muda conforme necessidade (há que se pais e filhos poesia & português queria que não me tivesse sido dada essa capitania de mágoas hereditárias uma terra que me presenteia com os muitos frutos do medo queria uma mão outra vida poesia & português já te encontrei em outra vida uma ferida aberta que não cicatriza te medi com os olhos pesei com a boca já fiz do seu peito um barco (num certo não sou poesia & português sua tarde livre não sou a taxa de mortalidade agravada pelos agrotóxicos não sou uma planta perdida numa selva verde demais nem sou seus não pude ir poesia & português não quis não pude querer não soube dizer: tudo isso é demais e só o que quero é pouco móveis modernos poesia & português imagina quando tudo isso acabar o tanto de restos as migalhas caídas embaixo do tapete os móveis mexidos arrastados para o lado evidenciando tudo: má tradução poesia & português você me diz talvez e eu escuto não você me diz não e escuto nunca você me diz então que jura e ouço apenas que não há garantias embora você me mise en place poesia & português aprendi a duras penas o nome certo da falta do lábio crispado desejando tudo refogando o mundo em fogo alto decorei com afinco mil gostos colecionei meu corpo olívia poesia & português deixou há tempos de ser uma máquina embora lhe seja programável tantas e tantas coisas: a dor de se sentir fora do eixo a fagulha mais a saber poesia & português há sempre mais a saber: dedos ou língua? sacolas verdes ou brancas? o que acontece num ralo de pia? há sempre muito mais para ver: savanas maio poesia & português você me diz que ninguém nunca prestou atenção na sua fome eu te respondo com a mão sobre o ventre: eu te devoraria, mas não o alimento aos outros só laços poesia & português todo corpo carrega uma segunda silhueta um segundo rosto oculto que nunca viu o sol todo corpo é filho de alguém e órfão de uma saudade jihad poesia & português um mujahidin é um guerreiro santo a guerra nem tanto claro que você vai discordar vai pegar em armas desde já apontar uma cronologia inteira de intercâmbio poesia & português estou à espera de encostar minha voz na tua até no espaço íntimo entre elas ouvir ecoar uma nova língua homoousios poesia & português talvez te ensinem o contrário mas acho pouco provável é bem capaz que te apontem um dicionário como prova viva de que há formas muito corretas de se hermes poesia & português tudo o que vivemos é culpa única e indivisa dos céleres pés de hermes trismegisto das suas mãos feitas de seda portátil lâminas serradoras de carne gancho poesia & português faz assim: do seu jeito não o contrapeso de uma ação mal feita é a massa do futuro e não quero nada falido aqui faz assim: dobra a roupa de cama flerte poesia & português na noite ferina nossas pupilas são lua crescente (crescente fértil) e o fogo que me incendeia é o mesmo que te ilumina você me pergunta: seria o fio poesia & português estou cansado de amolar facas apontar o gume para o pescoço ameaçar a garganta para que nenhuma palavra saia cansado de esmurrar pontas e portas me farsa poesia & português ontem fomos farsa hoje somos tragédia amanhã quem sabe a história nos deixará em paz eu faço tudo poesia & português eu digo sim eu cuspo fogo eu como vidro sento na calçada coço o queixo meço o tempo trato a distância feito um canal no panamá: trafego por ela estupendo poesia & português estou estupendo cecília nunca me senti melhor meus cabelos voltaram a ter vida não estou fazendo nenhum tratamento xampu não é tratamento cecília dominação poesia & português você me segura com as mesmas mãos com que nossos antepassados matavam porcos você me diz com a boca cheirando à mel que é tempo de encerrar a dilúvio poesia & português sei o destino das coisas porque as penso sei que não o sei porque o penso logo lavaremos as roupas logo vestiremos casacos e o que pensamos desperdiçável poesia & português onde me encontro no mundo este lugar que me enfeitiça fascina e conquista o fôlego lado direito do rosto em que sepultam beijos lugar onde te daqui te vejo poesia & português eu um anil que pega no olho cor sutil soco no estômago eu uma lebre dependurada um celeiro em chamas um troço de carregar debaixo do continentes poesia & português são ilhas que já encontraram seus náufragos condensação poesia & português estamos orbitando um espaço vago e amplo feito água e tão assassino quanto estamos girando calcanhares cabeça e clavícula numa ciranda confundida cecília poesia & português as ruas estão cheias de arapucas assim como estão os corpos as caixas torácicas prendendo tudo lá dentro o rabinho de um sentimento veja caçada poesia & português já fui carne de caça hoje predo o que me mata não me atravessam balas os músculos repelem corpos estranhos todo os dias das oito às seis e na hora carnaval poesia & português amanhã ainda será carnaval amanhã começará março e seus rios se insinuarão morro abaixo soterrando montanhas aos côvados eurídice teu nome? sigo cabral poesia & português falta desejo na falha sobram atos específicos contravenções típicas de tempos medievais sobram cruzadas santas coqueluches coloniais a violência avesso poesia & português tenho caçado palavras e não há o que encontrar para prender com corda, arapuca, ou ameaçar com a velha winchester carregada de meu avô gritando para antígona poesia & português foi a última filha de édipo a filha que não o abandonou a filha que lhe perdoou o erro aquela que entendeu que evitar o erro é apenas um abarcados poesia & português está chovendo agora faz dez horas que está chovendo as poças de água na rua são tão grandes que abarcariam cada uma um dilúvio e uma arca é quase 9:31 poesia & português todo dia entre o café e o vestido vermelho a diferença é pouca tudo queima 9:31 dia de feira as frutas congeladas na geladeira alguém achou o 3 am poesia & português reviro tudo estou sem sono não é uma desculpa nem duas nem quatro mas talvez três (da manhã) e resta uma série de pordizeres palavras que me tomam tenha calma poesia & português nada é tão urgente exceto talvez deixe-me ver sim exceto talvez definitivamente isto maria eulália poesia & português eu te amei como a um ser dos séculos passados (o nome ajudava) seus pais te odiavam, maria eulália? acha que tudo que te aconteceu cotovelo poesia & português há um deus morando no osso do meu cotovelo quando o pouso na janela ouço um estalo um estouro uma reclamação um choro o clamor pelo fim dos tempos feito fogo poesia & português eu engulo o escuro me chamo estrela oblitero a vida a cada bilhão de anos família poesia & português caetano era um nome sem homem aparvalho entre as montanhas tinha uma cabra tinha galinhas sob seu jugo sob olhos muito ternos que as protegiam das joana poesia & português eu te deixaria joana cortar meus cabelos eu te adoraria feito a uma santa andaria em um cavalo adestrado pelas suas mãos eu seria a estaca da escrevo palavras que me protegem de mim poesia & português sinos, escudos, gumes, lâminas outras que me erguem da concha e do túmulo da morte cotidiana alavancas edifício poesia & português o corpo um efêmero etéreo erodido edifício erigido a eros onde o único erro é não ser quem se é rgue dê tempo ao tempo poesia & português tempo ao tempo tempo ao tempo engole logo filha da puta a areia e esta ampulheta arco & flecha poesia & português sonhava que atravessava uma faixa etária pela qual os anos passavam velozes feito flechas mirando um alvo em movimento e hoje acordei com tinta toureio poesia & português cerra a semana cansaço incalculável soma de mil portas atravessadas pó de móveis rodopiando pelo ar a sala é vazia de formas e sobre o chão está o serpentário poesia & português sou protegido pelos deuses das más escolhas (meu ascendente é o fundo infinito deste copo repleto do mais líquido veneno destilado em escorpião, mirabel poesia & português diziam mirabel eu mirava e não era pra olhar ninguém se chamava bel era um biscoito wafer qualquer coisa assim eu amava ninguém no interior sabia mirabel poesia & português diziam mirabel eu mirava e não era pra olhar ninguém se chamava bel era um biscoito wafer qualquer coisa assim eu amava ninguém no interior sabia jaguar poesia & português Em tempos de cólera, eu olho Impassível jaguar, insone como um estômago vazio A fome de vida a me torturar o corpo O peso dos dias a costurar as festa barata poesia & português comprei o teu ingresso, o meu, e o de maria quem sabe eu passe hoje à noite pra te buscar não sei nem hora certa, nem lugar mas sei que a música vai eu não soube nascer poesia & português saí do útero ok grande vitória mas o processo é outro de lá pra cá a dor do parto (isto é, a dor de criar a vida) reapareceu estou rachando em dois poesia & português esperava que fizesse certo barulho, mas não é precisamente o silêncio o que me parte anêmonas me cultivariam se pudessem poesia & português no leito arenoso do mar onde a luz ainda lambe a areia me dariam na boca seu veneno me ensinariam que todo