o outro é sempre um eu que se move. muitas vezes, um eu que sou eu. o movimento é a gênese do desejo: a distância que se cria ao mover-se sempre há de querer ser preenchida. nada subsiste no vácuo. no espaço da distância projetamos nossas vontades mais febris e o que antes era vazio se adensa. a matéria que surge conecta o que é nosso ao que é alheio, até que a densidade seja tanta que se torne impossível distinguir os dois. e então, o movimento morre. tudo morre. o outro só existe em oposição ao eu. se matarmos o que nos é diferente, não restaremos nem mesmo nós.