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o outro é sempre um eu que se move

o outro é sempre um eu que se move. muitas vezes, um eu que sou eu. o movimento é a gênese do desejo: a distância que se cria ao mover-se sempre há de querer ser preenchida. nada subsiste no vácuo. no espaço da distância projetamos nossas vontades mais febris e o que antes era vazio se adensa. a matéria que surge conecta o que é nosso ao que é alheio, até que a densidade seja tanta que se torne impossível distinguir os dois. e então, o movimento morre. tudo morre. o outro só existe em oposição ao eu. se matarmos o que nos é diferente, não restaremos nem mesmo nós.

próximos manchete sabe, te encontrei como se encontra uma revista empapada de páginas não lidas ainda cheirando a banca de jornal (seu osvaldo nunca me vendeu tu sabe, dirce, que teu nome não é dirce? (em prosa poética a gente é obrigado a chamar mulheres pelos nomes rejeitados por eça de queiroz em primo
últimos posts o atlântico é mais que um oceano breve relato sobre sair do medo treze formas de matar satã roque santo garimpo fragmento 547 eu não sou esse tipo de cara babilônia abdução 2020 vista desimpedida rastro onésimo odisseia bocas de lobo bingo Turmúlio uma cronologia dos afetos tu sabe, dirce, que teu nome não é dirce? o outro é sempre um eu que se move manchete há uma ausência incômoda de tigres nas ruas bermudas your legs are so long you must remember to be kind what’s going on? this my most fundamental truth the waves of the end the war the void the time of death